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O peso mexicano caiu acentuadamente em relação ao dólar americano quando os resultados da eleição presidencial dos EUA começaram a surgir, aprofundando a volatilidade que impactou recentemente a moeda. Na noite de terça-feira, o peso caiu para 20,526 por dólar, com uma queda superior a 2% em relação ao fechamento anterior, atingindo seu nível mais baixo desde setembro de 2022.
Peso responde a tensões das eleições nos EUA com potenciais riscos de tarifas
Mais cedo no dia, o peso estava sendo negociado em níveis similares, mas teve alguma recuperação antes de cair novamente com as atualizações das eleições. Os observadores de mercado agora estão se preparando para mais flutuações enquanto a disputa presidencial acirrada dos EUA se desenrola.
Os operadores precificaram o potencial para uma volatilidade aumentada, especialmente se o republicano Donald Trump prevalecer sobre a candidata democrata Kamala Harris. Trump indicou planos de introduzir novas tarifas sobre as exportações mexicanas, o que poderia pressionar ainda mais o peso.
De acordo com Gerardo Copca, analista da consultoria MetAnalisis, o peso pode enfraquecer para cerca de 20,50 por dólar se Trump vencer, enquanto uma vitória de Harris pode vê-lo fortalecer para cerca de 19 pesos por dólar. No entanto, se o resultado da eleição for contestado, o peso provavelmente experimentará ainda mais volatilidade.
Após a vitória de Trump na eleição de 2016, o peso caiu aproximadamente 8,5% em relação ao dólar, atingindo um recorde histórico na época. Atualmente, a Reuters relata que Trump lidera com 154 votos no Colégio Eleitoral contra 30 de Harris, embora um candidato precise de 270 para garantir a presidência.
“Com a eleição tão disputada e os resultados chegando lentamente, o impacto real sobre o peso pode se tornar evidente durante a sessão de trading em Londres ou até mais tarde na semana nos EUA”, comentou Jorge González, chefe da consultoria Asesores en Divisas y Riesgos.
Este ano, o valor do peso já enfrentou desafios depois que o partido governante Morena, liderado pela presidente Claudia Sheinbaum, garantiu uma forte maioria no Congresso em junho. Essa maioria abriu caminho para uma reforma judicial em setembro, gerando preocupações no mercado sobre a estabilidade dos investimentos estrangeiros sob um sistema judicial potencialmente mais politizado no México.